domingo, 22 de maio de 2011

Painho

Você nunca me falou da onde eu vim, onde nasci, quem me colocou nesse mundo cão, às vezes eu fico tão perdido que  fico sem saber quem eu sou de verdade.
Mas, com essa minha loucura, um tanto normal, você disse " Sim! " à quem também me queria pro resto da vida.
Mas, ele na verdade, me deu muita coisa que quando eu ganhava pulava feito um canguru. Eram brinquedos, roupas, comidas que toda a criança adora. Mas, o que me fazia mais falta  era o carinho que não tinha como os meus outros irmãos. Depois com o passar dos anos, eu fui fechando os meus olhos para essas coisas, até chegar um momento que não queria saber mais quem era o ser que chegava com presentes.
Não!
Cada um tem o seu jeito de mostras o que sente, o amor pelo filho, fato!
Mas, nele não encontrava, além dos presentes.
Empurrões quando eu queria dormi em seu colo.Tapas, quando queria apenas brincar.
18 anos, não são 18 meses!
Então, aprendi a conviver e demonstrar o mesmo. Coitado de mim!
Não sei se me arrependo, não sei se isso foi um jeito de me proteger com uma armadura invisível para não me machucar com a falta de carinhos.
Então, eu fechei os olhos!
E, por razões que não sei explicar; e nem precisariam tentar ser explicadas, porque eram, e pior, continuam sendo completamente indiscutíveis. 
Fechei e continuei assim, cego!
Continuei com eles fechados e não vi ele parti.
Ele se foi!
Ele foi para outro universo que desconheço. Um lugar que não sei se realmente existe.
Será que ele virou uma estrela?
Será que ele permanece aqui?
Tantas perguntas e nenhuma resposta. Agora que abri os olhos não consigo vê-lo e não deu tempo de falar absolutamente nada para painho.

Um comentário: